Davi Brandão
Feira de produtos orgânicos reúne consumidores em São Paulo - Foto: Divulgação |
SÃO PAULO - A preocupação com as questões ambientais desperta para importantes iniciativas empresariais. No setor da alimentação isso não seria diferente e estabelecimentos gastronômicos adotam práticas sustentáveis que, além de mudanças na gestão e logística de empreendimentos, afetam o cardápio das casas.
No Brasil, a discussão sobre a gastronomia saudável é recente. Segundo a coordenadora comercial do Festival da Gastronomia Orgânica e Feira de Produtos Orgânicos de São Paulo, Patrícia Bim, o País ganha um destaque neste mercado pela produção do FLV (frutas, legumes e vegetais), que possui um demanda crescente. "Tamanho é o crescimento deste segmento que, neste ano, a expectativa é que o setor movimente R$ 2 bilhões no Brasil".
Em sua quinta edição, realizada no último fim de semana, o festival contou com a participação de 12 barracas, quando os chefs apresentaram elaborações saudáveis para o público. "Nosso intuito é fomentar o conceito tão debatido em outros países", explica a coordenadora, que estima a comercialização de mais de seis mil refeições ao longo dos três dias de evento. "O festival surgiu da necessidade dos consumidores. Temos que ter um equilíbrio e um consumo consciente. O festival propõe isso e adota este conceito da alimentação saudável", frisa.
"O governo precisa incentivar e investir na agricultura orgânica, atualmente formada por agricultores familiares", avalia a executiva.
Experiência à mesa
"O conceito de sustentabilidade é trabalhado em nosso estabelecimento. Dentre as práticas adotadas contamos com o reaproveitamento 100% dos alimentos, além de um trabalho com recicláveis, do qual obtemos receita que é totalmente repassada aos colaboradores", pontua o restauranter do restaurante Félix Bistrot, Vinicius Rioli.
Construído em uma área de 600 metros quadrados na região de Cotia, Grande São Paulo, o empresário explica que no restaurante a reutilização da água da chuva é uma das práticas importantes. Em relação ao cardápio sustentável, ele avalia que a questão necessita de melhor organização, tanto por parte dos fornecedores quanto dos consumidores: "A cultura ainda é pouco divulgada no que tange à gastronomia. O 'orgânico' preciso ser trabalhado, pontua. "As pessoas adotam a ideia do politicamente correto, mas em alguns momentos não utilizam o modo correto. A sociedade tem que refletir sobre essa importante discussão", complementa Rioli.
No último mês de setembro, a casa, há 16 anos no mercado, adotou um menu sustentável, com aceitação estimada em 10% do público frequentadordo local. "Nossa proposta é trabalhar com hortaliças plantadas em nossa área, sendo levadas frescas para a mesa do cliente", finaliza.
Reeducação
Elaborado em 2012, o programa Avante, idealizado pela Ticket, visa educar e estimular os parceiros da empresa a práticas saudáveis de alimentação. "Trabalhamos com convênios de Recursos Humanos de nossos parceiros e apresentamos aos colaboradores conceitos e modo de realizar uma alimentação saudável", explica o gerente de Estratégia e Marketing de Produtos do Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) da Ticket , Júlio Zancopé.
"Hoje, a oferta de alimentação não saudável é superior. As empresas sabem que os colaboradores que se alimentam mal tem menor produtividade. Contamos com a divulgação de técnicas em nosso site e também em nossa fanpage no Facebook", esclarece Zancopé, que prevê atender 100% da carteira de clientes da Ticket nos próximos quatro anos.
Fonte: http://www.dci.com.br/
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