terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Produção agroecológica de pequenas frutas
A agroecologia é uma ciência que estuda o modo de produzir sem prejudicar os seres vivos e o ambiente. É também um modo de vida. É assim que o Pedro Lovato, agricultor ecologista do município serrano de Farroupilha, no Rio Grande do Sul, enxerga a produção agrícola e a maneira de viver. Ele produz frutas orgânicas e tem uma bela propriedade sustentável.
FONTE
Emater/RS-Ascar
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Fruta pouco conhecida no Brasil, o mirtilo, é fonte de renda para agricultores
Como fazer lindos pratos com flores comestíveis
Flor não é só para enfeite não. É de comer também. Sim! São flores comestíveis, que podem ser misturadas com outras alimentos. É assim que os benefícios das flores são levadas para a saúde das pessoas. Confira na reportagem.
FONTE
SBT Santa Catarina
Produtor rural de MS colhe tomates que pesam mais de um quilo
E um produtor rural do sul do Estado está produzindo uma espécie nova de tomate. São tomates gigantes que chegam a pesar quase um quilo e meio e parecem com abóboras de tão grandes.
Fonte
http://www.tvcampogrande.com.br/
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Robô disfarçado ajuda cientistas a estudar pinguins
Destemido, o sósia de um filhote de pinguim avança sobre quatro rodas na direção de um grupo de bebês pinguins de carne e osso, bem debaixo dos bicos dos adultos, que não parecem se incomodar com sua presença.
A infiltração é por uma boa causa: o robô, gracioso e fofinho, é um espião controlado remotamente, criado por cientistas que querem monitorar os ariscos pinguins sem estressá-los.
Uma equipe internacional testou o robô com e sem a camuflagem de pinguim em populações de Pinguins-reis ("Aptenodytes patagonicus") em Possession Island, no Oceano Índico, e Pinguins-imperadores ("Aptenodytes forsteri") na Antártica.
Em artigo publicado na edição de domingo da revista Nature Methods, eles relataram que as duas versões do robô causaram menos alarme do que a presença humana - conforme demonstrado pela frequência cardíaca e o comportamento das aves - além do fato de que o sósia podia se aproximar mais.
O robô foi equipado com uma antena capaz de ler os sinais emitidos por etiquetas de identificação eletrônicas instaladas em alguns pinguins para a pesquisa populacional.
As etiquetas só podem ser lidas até uma distância de 60 centímetros.
"Quando o robô foi camuflado como um pinguim, todos os adultos e filhotes de Imperadores permitiram que se aproximasse o suficiente para a identificação eletrônica", afirmaram.
"Foi possível ouvir os adultos e os filhotes cantando na direção do robô camuflado e conseguiu se infiltrar em uma creche sem perturbá-los", prosseguiram.
Uma imagem do pinguim-robô mostra uma bola de pelos com nadadeiras, bico afiado e cara pintada em preto-e-branco, como os filhotes de Imperadores, sobre quatro rodas.
Em outra imagem, o pequeno robô é visto em meio a um amontoado de pinguins bebê supervisionado por grupos de adultos.
Ainda em processo de aperfeiçoamento, o robô se destina a esclarecer os padrões de reprodução e comportamento dos pinguins, bons indicadores da saúde dos recursos marinhos no Oceano Antártico.
No passado, cientistas prenderam nas asas dos pinguins dispositivos que transmitiam automaticamente um sinal de rádio, ao receber um determinado estímulo.
A transmissão poderia ser feita a longas distâncias, mas os pesquisadores logo descobriram que impediam os pinguins de nadar, prejudicando a procriação e a caça.
Atualmente, um chip minúsculo com peso de menos de uma grama é inserido sob a pele das aves.
No entanto, o alcance agora é notoriamente menor, forçando os cientistas a se infiltrarem nas colônias para obter os dados de que precisam.
O novo robô pode levar a "uma investigação mais ética, que também evita o viés científico pelo incômodo causado aos animais em seu hábitat", afirmou seu co-criador, Yvon Le Maho, da Universidade de Estrasburgo, na França.
Fonte
http://info.abril.com.br/
Veja as dez cidades mais inteligentes do mundo
O que torna uma cidade inteligente? Quanto falta para uma cidade brasileira se tornar inteligente? E quais exemplos já estão sendo aplicados nos dias de hoje?
As cidades estão cada vez mais conectadas, não apenas por meio de internet, mas entre si. São pessoas, seus gadgets conversando, por meio de gadgets, deixando os municípios e seus cidadãos mais inteligentes.
Uma pesquisa recente da Escola de Negócios da Universidade de Navarra na Espanha (IESE), mostra as dez cidades mais inteligentes do mundo.
Até 2020, 1 bilhão de pessoas devem ter acesso a banda larga e banda móvel, e teremos 25 bilhões de dispositivos conectados à rede.
O Terra conversou com especialistas para definir, o que torna uma cidade inteligente? Quanto falta para uma cidade brasileira se tornar inteligente? E quais exemplos já estão sendo aplicados nos dias de hoje?
Veja abaixo a lista das dez cidades e alguns exemplos:
Tóquio – A capital do Japão é considerada a cidade mais inteligente do mundo de um ranking que avaliou 135 cidades e 50 indicadores. A cidade é forte em capital humano e gerenciamento público. Mas deve em interação social, devido o acidente em Fukushima.
Integração – Para Massato Takakuwa, diretor de negócios para a área de Governo da NEC no Brasil, para uma cidade se tornar basta usar tecnologias que já existem e integrar com a necessidade do cidadão.
“Como você disponibilizar uma rede de CFTV e integrar com policia civil, militar, bombeiros, SAMU, CET, água e esgoto, e companhias de energia elétrica. Pode até colocar apps como reconhecimento facial nelas”, disse Takakuwa.
Nova York – A cidade mais populosa dos Estados Unidos é a terceira do ranking. Como um dos principais centros econômicos do mundo, a capital tem como positivos, o capital humano e a economia, como parte de integração entre cidade e habitante.
Zurique – A maior cidade da Suíça, além de motor financeiro e cultural do país, tem como vantagem o meio ambiente, a mobilidade e o transporte para os seus cidadãos.
Paris – Mais conhecida como o principal destino dos turistas, 40 milhões de pessoas todos os anos, a capital francesa se diferencia no ranking do IESE em alcance internacional, tecnologia, mobilidade e transporte.
Inteligência no cotidiano – Para Jesper Rhode Andersen, head de marketing da Ericsson e professor associado da FGV, o segredo para uma cidade é a disponibilização de dados e a coletividade. Ele cita como exemplo mais avançado e próximo do cotidiano do usuário o aplicativo de navegação no trânsito, Waze.
“Hoje o aplicativo que acho que é muito inteligente e ajuda é o Waze. A prefeitura de São Paulo já calculou que os gastos do transito estão em torno de R$ 40 bilhões. Com o Waze você corta o caminho e foge do trânsito. Imagina quanto dinheiro isso gera para SP, sem contar menos poluição”, explica o professor.
Genebra e Basiléia – Outras duas cidades suíças, com forte importância nas finanças e cultura, tem como principal ponto de melhoria para o cidadão o meio ambiente, além do planejamento urbano e o gerenciamento público.
Osaka – A segunda cidade japonesa entre as dez mais inteligentes, Osaka também sofre com coesão social, mas tem como pontos positivos o planejamento urbano, o gerenciamento público e a mobilidade e transportes.
Resolvendo problemas – Para o engenheiro Raul Colcher, membro sênior do IEEE, antes de a cidade ser inteligente deve se levar em conta um fator, resolver problemas da região e de seus moradores.
“A cidade precisa resolver problemas de forma inteligente. Você tem que ter sistemas lógicos de apoio”, afirma Colcher. “Tecnologia é um componente de uma estratégia, um conceito dentro da arquitetura. É errado gastar tecnologia ‘a rodo’”.
Seul – Como um dos melhores expoentes da globalização a partir da década de 1990, a capital sul-coreana é a sede de grandes companhias como Hyundai, LG, Kia e Samsung. Ficou em nono no ranking do IESE e tem como vantagem o gerenciamento público e o capital humano.
Oslo – A capital da Noruega fecha a lista das dez cidades mais inteligentes do mundo. A cidade de rica história nórdica tem como principais atrativos para entra no ranking o planejamento urbano, o meio ambiente e a coesão social.
Brasil – No ranking, a melhor cidade classificada é São Paulo (94) com a projeção internacional sendo cidade como melhor índice da capital paulista. Isso coloca a cidade como um dos exemplos de potencial crescimento pela pesquisa da universidade espanhola.
Na visão dos especialistas, além do ranking, ainda falta para o Brasil ter cidades inteligentes.
“Os municípios não tem capacidade de investimento suficiente”, afirma Raul Colcher. “Falta iniciação. Hoje uma prefeitura que tem interesse em se tornar inteligente, tem dificuldade em entrar no ecossistema. Outro ponto é o incentivo, já houve algum avanço em relação ao incentivo fiscal, mais foram inicialmente criados para aumentar a conectividade”, completa Rhode Andersen.
“Do ponto de vista de disponibilização de tecnologia, essas cidades já tem. Eu não preciso do 4G para fazer leitura de energia. Não existe impeditivo tecnológico”, diz Massato Takakuwa. “O que existe é falta de disponibilização de acesso integrado. Falta total integração entre as empresas”.
Fonte
http://tecnologia.terra.com.br/
Nascentes dos Ribeirões Arrudas e do Onça são sugadas pela seca
Expectativa é que a chegada das chuvas mais intensas seja capaz de fazer brotar de novo do solo a água fresca que abastece os principais rios de Minas
Apenas a armação de ferro sobrou da pequena ponte sobre um dos córregos que dão origem ao Arrudas. Onde corria o leito restaram somente folhas secas e restos de vegetação queimada |
A seca que castiga o Sudeste brasileiro vitimou mais duas nascentes simbólicas para mineiros e belo-horizontinos. Por causa da estiagem e dos incêndios, a fonte original do Ribeirão do Onça e um dos olhos d’água que abastecem a cabeceira do Ribeirão Arrudas sucumbiram neste mês, deixando apenas um rastro de terra trincada onde costumava ser o leito. Seguiram o mesmo destino da fonte tradicional do Rio São Francisco, que fica no Parque Nacional da Serra da Canastra, em São Roque de Minas, na Região Centro-Oeste, que já não mina água há mais de 40 dias. A expectativa é de que a chegada das chuvas mais intensas seja capaz de fazer brotar de novo do solo a água fresca que abastece os principais rios de Minas, já que as últimas precipitações ainda não foram suficientes. Mas a situação é de alerta, pois o problema não é localizado: segundo o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), metade das estações de medição nas bacias dos rios Doce, São Francisco e Paraíba do Sul registram nível abaixo do previsto para esta época.
Na Grande BH, de acordo com o serviço de meteorologia da Cemig, só deve voltar chover entre amanhã e a próxima segunda-feira, inaugurando uma temporada mais constante de precipitações, que de acordo com os meteorologistas pode ter volume e constância suficientes para recarregar reservatórios e mananciais na região. No Parque Municipal Burle Marx, no Barreiro, onde passa o curso da nascente principal do Ribeirão Arrudas, logo depois de minar da Serra do Rola Moça, o fio d’água jorra com menos da metade da vazão, mas chegou a estar em situação ainda pior antes das últimas chuvas. Mesma sorte não teve outra nascente próxima, a única que brota dentro do parque e que também abastece o Arrudas. O olho d’água surgia do alto de um morro, correndo por uma antiga tubulação de PVC, e descia por uma garganta até um brejo cercado por bambuzais. O caminho era usado por estudantes para aprender sobre ecologia e tinha várias pontes. A água também abastecia um lago com peixes, antes de desembocar no encontro de cursos de água que se transforma no ribeirão.
A seca e os incêndios que consumiram 30% do parque, incluindo a área da nascente, fizeram com que o olho d’água secasse completamente. Dentro do cano, só restou poeira. O leito do que antes era o pequeno córrego fica numa paisagem desolada de mata esturricada, com bambus incinerados. Das pontes, só sobraram as armações de metal. A equipe do Estado de Minas reencontrou na unidade um dos jardineiros que cuidam do espaço, Adilson da Silva, de 49 anos. No ano passado, ele havia sido entrevistado para falar sobre a conservação das águas que brotavam límpidas no parque e eram poluídas por residências logo que deixavam a área. Agora, o trabalhador se assusta com a situação das nascentes que julgava saudáveis. “Fiquei impressionado. Achava que aqui essa água nunca fosse secar, mas a seca e o fogo foram mais fortes que as minas”, disse.
PROJETO DE RESGATE De acordo com a chefe do departamento Sudoeste da Fundação de Parques Municipais de BH, Edanise Guimarães Reis, a expectativa é de que a fonte volte a minar água com a primeira semana de chuvas. “Estamos preparando um projeto para plantar 100 árvores nativas brasileiras em torno da nascente, para proteger a área de recarga e o local onde brota. Mas estamos buscando investimentos. Temos espaço aqui para receber mais de 2 mil árvores”, disse. A situação é tão grave que até as mudas que crianças plantaram com os pais e que receberam placas com seus nomes foram consumidas pelas chamas, assim como os marcos informativos.
O jardineiro Adilson da Silva, no início do ano, bebendo das águas do Arrudas: 'Achava que essa água nunca fosse secar, mas a seca e o fogo foram mais fortes que as minas' |
Para o biólogo Rafael Resck, mestre em ecologia aquática e consultor em recuperação de ecossistemas, a seca de nascentes é um termômetro da gravidade da estiagem pela qual um local passa. “Principalmente nascentes importantes, que estão sob a atenção da sociedade por serem de grande importância cultural, como as do São Francisco, do Arrudas ou do Onça. É claro que os rios têm muitas nascentes, mas vão tendo menos volume quando muitas delas secam”, afirma. Mesmo sendo altamente poluídos, os ribeirões Arrudas e do Onça são de extrema importância, na avaliação do especialista. “Nós sacrificamos as águas desses rios para que Belo Horizonte pudesse crescer e tivesse onde despejar seus esgotos. Não é o certo, mas é como foi feito. Se esses rios secarem, a concentração de esgoto será maior, teremos cursos de esgoto puro, a céu aberto, mais doenças e péssimas condições sanitárias no seu entorno e nos rios que os recebem, como o Rio das Velhas”, alerta Resck.
ENQUANTO ISSO...
...Torcida pela fonte do Velho Chico
No Parque Nacional da Serra da Canastra, as chuvas ainda não foram suficientes para fazer rebrotar a nascente mais tradicional do Rio São Francisco, em São Roque de Minas, segundo o chefe interino da unidade de conservação, Vicente de Paula Faria. “Se a chuva continuar assim, acredito que antes de dezembro a nascente esteja mais uma vez minando. A vegetação está se recompondo, após os incêndios que devastaram grande parte de nossa área. Aos poucos, o verde está voltando”, afirma. O Velho Chico tem duas nascentes: a histórica, primeira a ser descoberta e que fica no parque nacional, e a geográfica, que estudos comprovaram ser a real, no município de Medeiros, na mesma região.
Fonte
http://www.em.com.br/
Europa perdeu 421 milhões de pássaros em 30 anos
A Europa perdeu 421 milhões de pássaros em 30 anos e a actual gestão ambiental não consegue evitar o abate de muitas espécies até recentemente comuns, revela um estudo divulgado esta segunda-feira pela revista científica Ecology Letters.
Este alarmante desaparecimento de aves europeias está ligado a métodos modernos de agricultura e à perda dos seus habitats.
«É um aviso que se aplica a toda fauna da Europa. A forma como administramos o ambiente não é sustentável para as nossas espécies mais comuns», declara Richard Gregory, da Sociedade Real para a Protecção das Aves, que co-liderou o estudo.
Uma queda de até 90% foi registada entre espécies comuns, como a perdiz cinzenta, o pardal e o estorninho.
Paralelamente, houve um aumento do número de exemplares de algumas espécies raras de aves, graças às medidas de conservação, de acordo com o estudo.
Os cientistas recomendam a rápida implementação de novos sistemas agrícolas e a instalação de áreas verdes em ambientes urbanos.
Os investigadores analisaram dados de 144 espécies de aves em 25 países europeus, recolhidos principalmente por observadores voluntários.
Fonte
http://diariodigital.sapo.pt/
Conferência Global Sobre Carne Sustentável começa na próxima semana
O evento, organizado pela Mesa Redonda Global para a Carne Bovina Sustentável (The Global Roundtable for Sustainable Beef – GRSB), irá divulgar a definição global de carne sustentável. GTPS fará visitas de campo nas regiões produtoras de carne
A Conferência Global Sobre Carne Sustentável irá reunir uma grande variedade de especialistas em sustentabilidade entre os dias 2 e 5 de novembro, no WTC Center, em São Paulo. Os palestrantes apresentarão suas perspectivas sobre como a cadeia de valor global de carne bovina pode alcançar resultados sustentáveis. Ricardo Sánchez, diretor de segurança alimentar sustentável da The Nature Conservancy, será o responsável pela palestra de abertura do evento, no dia 3. “A experiência de Sánchez, tanto no setor público quanto na sociedade civil, proporcionará uma grande visão sobre os desafios de se equilibrar os pilares social, econômico e ambiental em prol de uma carne bovina sustentável”, declarou Cameron Bruett, presidente da GRSB e chefe de assuntos corporativos da JBS EUA, subsidiária norte-americana da JBS SA, a maior empresa de processamento de carne do mundo.
Sánchez tem mais de 15 anos de experiência em questões de desenvolvimento agrícola, agricultura sustentável e políticas públicas. Trabalhou também como vice-ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia. Ao seu lado, na palestra de abertura, estará Karin Kreider, diretora executiva da ISEAL Alliance, centro mundial de sistemas de normas sociais e ambientais. Os membros da ISEAL são líderes no campo, comprometidos com a criação de sistemas sólidos e padrões creditáveis.
“Embora a GRSB não tenha intenção de desenvolver padrões, muitos de seus membros estão interessados no processo de construção de consenso entre as partes interessadas”, disse Ruaraidh (Rory) Petre, diretor executivo da GRSB. “Precisamos de um consenso sobre os processos e os meios pelos quais os indicadores de sustentabilidade são avaliados. Sem evidências claras de benefícios, independente do contexto, adaptações sustentáveis continuarão questionáveis”.
O tema da conferência, “Carne Sustentável: construindo a visão para nosso futuro”, estabelece o quadro para a implantação de princípios e critérios da GRSB que definem a carne sustentável e identificam os meios para medir o progresso global na cadeia da carne bovina sustentável, em níveis nacionais ou regionais. Com porta-vozes de todo o mundo, a conferência também irá proporcionar um fórum para que as iniciativas regionais de sustentabilidade possam mostrar seus avanços e resultados.
Outra perspectiva será apresentada por Francesca DeBiase, vice-presidente de estratégia de fornecimento e sustentabilidade da cadeia de suprimentos do McDonald’s, que apresentará as razões pela qual a sustentabilidade é tão importante para seus negócios. DeBiase trabalha na empresa há 23 anos e lidera uma equipe de suprimentos e sustentabilidade.
O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), mesa redonda brasileira de pecuária sustentável, organizará duas visitas de campo em áreas estratégicas de produção de carne bovina no Brasil. A primeira visita acontece hoje, em Mato Grosso do Sul, e a segunda, após a conferência, em Alta Floresta, Mato Grosso. Participarão das visitas de campo profissionais de diferentes empresas, instituições de pesquisas, entre outras organizações ligadas a cadeia da pecuária bovina.
Durante essas visitas os participantes terão a oportunidade de visualizar na prática a união entre produção pecuária e desenvolvimento sustentável. Para mais informações sobre a conferência, assim como inscrição online, visite www.GRSBeef.org.
Sobre a GRSB
A Mesa Redonda Global para a Carne Bovina Sustentável (The Global Roundtable for Sustainable Beef) é uma iniciativa global multi-stakeholder, desenvolvida para promover a melhoria contínua na sustentabilidade da cadeia de valor global da carne bovina por meio da liderança, ciência e pelo envolvimento e colaboração de múltiplas partes interessadas. A GRSB prevê um mundo em que todos os aspectos da cadeia de valor da carne sejam ambientalmente corretos, socialmente responsáveis e economicamente viáveis.
Sobre o GTPS
O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) foi criado no final de 2007 e formalmente constituído em junho de 2009. É formado por representantes de diferentes segmentos que integram a cadeia de valor da pecuária bovina no Brasil, entre eles indústrias, organizações do setor, produtores e associações, varejistas, fornecedores de insumos, bancos, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e universidades. O objetivo do GT é debater e formular, de maneira transparente, princípios, práticas e padrões comuns a serem adotados pelo setor, que contribuam para o desenvolvimento de uma pecuária sustentável, socialmente justa, ambientalmente correta e economicamente viável. Mais informações sobre o GTPS estão disponíveis no site www.pecuariasustentavel.org.br. Acompanhe também pelo twitter, em @gtps_brasil, e pelo Facebook, em www.facebook.com/gtpsbrasil.
Fonte
http://www.segs.com.br/
Fernando de Noronha recolhe 240 toneladas de lixo por mês
São 8 toneladas recolhidas diariamente. Boa parte do material chega às praias pelas correntes marítimas
O Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha (PE) recolhe cerca de 240 toneladas de lixo todos os meses, uma média de 8 toneladas por dia. Boa parte do material é lixo marinho, gerado por embarcações - muitas vezes estrangeiras - chega pelas correntes marítimas e é coletado nas praias da Unidade de Conservação (UC).
"Todo o lixo é triado na usina de compostagem, que separa o lixo orgânico do reciclável, já que não temos aterro sanitário. O que é orgânico nós aproveitamos como adubo e o que não é enviamos ao continente para ser tratado", explicou o chefe do Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha, Ricardo Araújo.
Nos últimos anos, a quantidade de lixo produzido na UC aumentou devido ao crescimento de turistas no arquipélago. "A nossa média histórica é de 61 mil visitantes, mas em apenas 12 meses recebemos 70 mil turistas", salientou Araújo.
Para combater o problema, o Parque faz campanhas educativas e ambientais, envolvendo moradores, crianças, turistas e servidores, incentivando a redução do consumo de descartáveis. Além disso, são feitas limpezas periódicas nas praias, incluindo alguns mutirões, para conscientização do público.
"Nós adotamos um sistema de recarga de garrafinhas pet. Agora, é proibido vender esse tipo de material dentro da nossa UC. O turista compra um ticket e tem direito a recarga de água, por meio de uma máquina parecida com a chopeira. Isso diminuiu em 60% a quantidade de lixo de garrafa pet produzido dentro do Parque, número bastante expressivo", finalizou o chefe da UC.
Sobre a Unidade de Conservação
O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, desde 2001, reconhecido e tombado pela Unesco como patrimônio mundial da humanidade, é hoje um dos destinos turísticos mais cobiçados do País.
A UC abriga diversas praias com águas verde-esmeralda, dentre elas, duas foram eleitas como as mais bonitas do Brasil: a Praia do Sancho e a Praia do Leão.
O local também abriga um ecossistema delicado e espécies que estão ameaçadas de extinção em outras regiões do País e do mundo, sendo assim este arquipélago pode ser caracterizado como um santuário para muitas espécies.
Visitação
Para chegar na ilha há vôos diários de Recife, capital de Pernambuco, e Natal, capital do Rio Grande do Norte. O voo dura em média uma hora.
Quanto a hospedagem, atualmente há em Fernando de Noronha uma vasta lista de pousadas de diferentes categorias, e fica a critério do visitante escolher pelo nível de conforto oferecido e tarifas praticadas.
Já referente a entrada no parque, se é cobrado um valor de R$ 75 para brasileiros e R$ 150 para estrangeiros. Este ingresso, válido por 10 dias, dá ao visitante o direito de acessar todas as áreas destinadas ao uso público porém serviços terceirizados especializados devem ser contratados a parte.
A arrecadação deste ingresso tem cerca de 70% do seu valor revertido à ações de melhorias diretas ao Parque Nacional através de projetos de reforma e manutenção de trilhas, folheteria, sinalização interpretativa, implementação e manutenção do Centro de Visitantes e etc.
É importante lembrar, que ao entrar na ilha, o visitante é solicitado a pagar uma taxa de permanência chamada Taxa de Preservação Ambiental (TPA). O valor é cobrado e arrecadado pelo governo estadual de Pernambuco, que administra o Distrito de Fernando de Noronha. A taxa varia de acordo com os dias de permanência e custa algo em torno de R$ 38.
Fonte:
ICMBio
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha é um dos destinos turísticos mais cobiçados do País |
O Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha (PE) recolhe cerca de 240 toneladas de lixo todos os meses, uma média de 8 toneladas por dia. Boa parte do material é lixo marinho, gerado por embarcações - muitas vezes estrangeiras - chega pelas correntes marítimas e é coletado nas praias da Unidade de Conservação (UC).
"Todo o lixo é triado na usina de compostagem, que separa o lixo orgânico do reciclável, já que não temos aterro sanitário. O que é orgânico nós aproveitamos como adubo e o que não é enviamos ao continente para ser tratado", explicou o chefe do Parque Nacional Marinho Fernando de Noronha, Ricardo Araújo.
Nos últimos anos, a quantidade de lixo produzido na UC aumentou devido ao crescimento de turistas no arquipélago. "A nossa média histórica é de 61 mil visitantes, mas em apenas 12 meses recebemos 70 mil turistas", salientou Araújo.
Para combater o problema, o Parque faz campanhas educativas e ambientais, envolvendo moradores, crianças, turistas e servidores, incentivando a redução do consumo de descartáveis. Além disso, são feitas limpezas periódicas nas praias, incluindo alguns mutirões, para conscientização do público.
"Nós adotamos um sistema de recarga de garrafinhas pet. Agora, é proibido vender esse tipo de material dentro da nossa UC. O turista compra um ticket e tem direito a recarga de água, por meio de uma máquina parecida com a chopeira. Isso diminuiu em 60% a quantidade de lixo de garrafa pet produzido dentro do Parque, número bastante expressivo", finalizou o chefe da UC.
Sobre a Unidade de Conservação
O Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, desde 2001, reconhecido e tombado pela Unesco como patrimônio mundial da humanidade, é hoje um dos destinos turísticos mais cobiçados do País.
A UC abriga diversas praias com águas verde-esmeralda, dentre elas, duas foram eleitas como as mais bonitas do Brasil: a Praia do Sancho e a Praia do Leão.
O local também abriga um ecossistema delicado e espécies que estão ameaçadas de extinção em outras regiões do País e do mundo, sendo assim este arquipélago pode ser caracterizado como um santuário para muitas espécies.
Visitação
Para chegar na ilha há vôos diários de Recife, capital de Pernambuco, e Natal, capital do Rio Grande do Norte. O voo dura em média uma hora.
Quanto a hospedagem, atualmente há em Fernando de Noronha uma vasta lista de pousadas de diferentes categorias, e fica a critério do visitante escolher pelo nível de conforto oferecido e tarifas praticadas.
Já referente a entrada no parque, se é cobrado um valor de R$ 75 para brasileiros e R$ 150 para estrangeiros. Este ingresso, válido por 10 dias, dá ao visitante o direito de acessar todas as áreas destinadas ao uso público porém serviços terceirizados especializados devem ser contratados a parte.
A arrecadação deste ingresso tem cerca de 70% do seu valor revertido à ações de melhorias diretas ao Parque Nacional através de projetos de reforma e manutenção de trilhas, folheteria, sinalização interpretativa, implementação e manutenção do Centro de Visitantes e etc.
É importante lembrar, que ao entrar na ilha, o visitante é solicitado a pagar uma taxa de permanência chamada Taxa de Preservação Ambiental (TPA). O valor é cobrado e arrecadado pelo governo estadual de Pernambuco, que administra o Distrito de Fernando de Noronha. A taxa varia de acordo com os dias de permanência e custa algo em torno de R$ 38.
Fonte:
ICMBio
Comissão da Câmara rejeita reflorestamento de APP com árvores frutíferas
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados rejeitou, no dia 29 de outubro de 2014, proposta que altera o Código Florestal - Lei 12.651/12 - para permitir o uso de árvores frutíferas na recomposição de áreas de preservação permanente (APPs) - espaços de vegetação nas margens de rios, encostas, topos de morro etc, consideras sensíveis do ponto de vista ambiental.
Atualmente, conforme o Código Florestal, a recomposição de APPs deve ser feita com o plantio de espécies nativas; a combinação entre a regeneração e o plantio de mata nativa; ou o plantio intercalado de espécies nativas com outras lenhosas, perenes ou de ciclo longo.
O relator na comissão de Meio Ambiente, deputado Sarney Filho (PV-MA), defendeu a rejeição da proposta, prevista no Projeto de Lei (PL) 6330/13, do deputado Afonso Hamm (PP-RS). "O que a lei hoje exige está muito aquém do que recomendariam os técnicos e pesquisadores mais otimistas", disse o relator.
Ele lembrou que o novo código, aprovado em 2012, introduziu a figura da área rural consolidada, que são áreas de APPs desmatadas e ocupadas por atividades agropecuárias que não precisam ser recuperadas. "Havia dois caminhos possíveis: estabelecer metas e meios para promover a recomposição dessas áreas com apoio do setor produtivo ou mudar a lei isentando os produtores rurais dessa obrigação. Lamentavelmente, optamos pelo segundo caminho", ressaltou o relator, ao argumentar pela rejeição do texto.
Atividades agropecuárias
Sarney Filho acrescentou que a exigência de recomposição de APP nas áreas desmatadas e ocupadas com atividades agropecuárias foi dramaticamente reduzida pelo Código Florestal. "O que se está propondo, por meio do projeto de lei, é uma redução ainda maior do papel das APPs nas propriedades com área rural consolidada."
O relator ainda destacou o papel das APPs para a conservação do solo, da água, da flora e da fauna, itens essenciais para garantir a sustentabilidade, inclusive, da própria atividade agropecuária.
Tramitação
Como recebeu pareceres divergentes nas comissões de mérito (a favor e contra), o projeto perdeu o caráter conclusivo e, após passar pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, será analisado pelo Plenário da Câmara dos Deputados.
O PL 6330/13, rejeitado agora pela Comissão de Meio Ambiente, havia disso aprovado em abril deste ano pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
Leia a íntegra da proposta: PL-6330/2013.
FONTE
Agência Câmara
Reportagem -- Murilo Souza
Edição -- Regina Céli Assumpção
O relator na comissão de Meio Ambiente, deputado Sarney Filho (PV-MA), defendeu a rejeição da proposta, prevista no Projeto de Lei (PL) 6330/13, do deputado Afonso Hamm (PP-RS). "O que a lei hoje exige está muito aquém do que recomendariam os técnicos e pesquisadores mais otimistas", disse o relator.
Ele lembrou que o novo código, aprovado em 2012, introduziu a figura da área rural consolidada, que são áreas de APPs desmatadas e ocupadas por atividades agropecuárias que não precisam ser recuperadas. "Havia dois caminhos possíveis: estabelecer metas e meios para promover a recomposição dessas áreas com apoio do setor produtivo ou mudar a lei isentando os produtores rurais dessa obrigação. Lamentavelmente, optamos pelo segundo caminho", ressaltou o relator, ao argumentar pela rejeição do texto.
Atividades agropecuárias
Sarney Filho acrescentou que a exigência de recomposição de APP nas áreas desmatadas e ocupadas com atividades agropecuárias foi dramaticamente reduzida pelo Código Florestal. "O que se está propondo, por meio do projeto de lei, é uma redução ainda maior do papel das APPs nas propriedades com área rural consolidada."
O relator ainda destacou o papel das APPs para a conservação do solo, da água, da flora e da fauna, itens essenciais para garantir a sustentabilidade, inclusive, da própria atividade agropecuária.
Tramitação
Como recebeu pareceres divergentes nas comissões de mérito (a favor e contra), o projeto perdeu o caráter conclusivo e, após passar pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, será analisado pelo Plenário da Câmara dos Deputados.
O PL 6330/13, rejeitado agora pela Comissão de Meio Ambiente, havia disso aprovado em abril deste ano pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
Leia a íntegra da proposta: PL-6330/2013.
FONTE
Agência Câmara
Reportagem -- Murilo Souza
Edição -- Regina Céli Assumpção
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
América Latina busca cidades sustentáveis
Entidade ONU-Habitat propõe um modelo de crescimento controlado no subcontinente, de forma a estimular a vida comunitária e o desenvolvimento econômico urbano
Caos viário na Cidade do México. Ruas virtualmente sem calçadas na Cidade da Guatemala. Transporte público deficiente em Caracas. Moradias precárias no Rio de Janeiro. Bairros distantes e inseguros em Tegucigalpa. A lista de problemas de uma típica cidade latino-americana poderia prosseguir quase infinitamente. Para o colombiano Elkin Velásquez, diretor da entidade ONU-Habitat para a América Latina, tudo isso responde a um crescimento desordenado e pouco planejado das metrópoles, que se estendem horizontalmente por quilômetros e quilômetros. Pela primeira vez desde sua fundação, em 1978, a organização celebrou o Dia das Cidades, no sábado, com um ato em Xangai no qual se discutiu a necessidade do desenvolvimento urbano sustentável.
“A Europa se construiu durante séculos e, portanto, suas cidades foram se adaptando às necessidades de seus habitantes”, destaca Velásquez. Na América Latina, por outro lado, elas se consolidaram nos últimos 50 anos com escasso planejamento urbanístico. Isso levou ao surgimento de extensas periferias, segregadas e desconectadas entre si. No outro extremo está a África, onde apenas 30% das áreas nas cidades estão devidamente urbanizadas, segundo dados da ONU, e 61,7% da população subsaariana vive em bairros precários. As ruas ocupam apenas 2,2% do espaço metropolitano, enquanto em cidades bem planejadas tal cobertura chega a 35%.
Fonte
http://brasil.elpais.com/
Vista aérea de favela no bairro do Morumbi, em São Paulo. / AP |
“A Europa se construiu durante séculos e, portanto, suas cidades foram se adaptando às necessidades de seus habitantes”, destaca Velásquez. Na América Latina, por outro lado, elas se consolidaram nos últimos 50 anos com escasso planejamento urbanístico. Isso levou ao surgimento de extensas periferias, segregadas e desconectadas entre si. No outro extremo está a África, onde apenas 30% das áreas nas cidades estão devidamente urbanizadas, segundo dados da ONU, e 61,7% da população subsaariana vive em bairros precários. As ruas ocupam apenas 2,2% do espaço metropolitano, enquanto em cidades bem planejadas tal cobertura chega a 35%.
Um de cada quatro latino-americanos vive em assentamentos não planejados.
Na América Latina, uma em cada quatro moradores de zonas urbanas vive em assentamentos não planejados, o que significa que estão distantes de quase tudo. Quem vive em áreas afastadas do centro precisa realizar longos deslocamentos para chegar a escolas, empregos e hospitais. E essas pessoas precisam, além do mais, usar um transporte público – geralmente em más condições – ou perder uma média de três horas por dia dentro de um carro. A África enfrenta um problema similar: metade das pessoas mora em assentamentos irregulares. Entretanto, países como Egito, Líbia e Tunísia puseram mãos à obra e implementaram projetos para reduzir a área dos subúrbios.
Elkin Velásquez, diretor da entidade ONU-Habitat para a América Latina e o Caribe, durante visita a Madri. / BERNARDO PÉREZ |
“A Cidade do México é o exemplo de uma metrópole extensa, segregada e com um transporte coletivo ineficiente”, afirma o especialista. A capital mexicana, com mais de 20 milhões de habitantes (São Paulo tem 11,9 milhões), revela muitos dos desafios da América Latina. O primeiro, de tornar a cidade mais compacta. Os latino-americanos costumam sonhar com uma moradia unifamiliar, diz Velásquez, acrescentando: “Não há solo nem recursos energéticos suficientes. As construções verticais começam a ser uma necessidade”. O segundo desafio é recuperar os espaços públicos. O que significa isso? Que essas áreas tenham comércios, parques, transporte, escolas, escritórios públicos e privados, indústria e uma mistura de classes sociais. O atual modelo de “planejamento”, entretanto, vai em direção contrária.
Mas há lugares onde as coisas já estão mudando. Velásquez menciona alguns: “Santiago [Chile] tem um plano para recuperar os bairros centrais e lhes devolver a vida. Em Medellín [Colômbia], o bairro Juan Bobo, que era considerado um dos mais inseguros até 2004, melhorou graças à criação de espaços públicos e moradias dignas”. Esses projetos acabam se transformando em exemplos para outras cidades. Port Moresby (Papua-Nova Guiné), por exemplo, se inspirou nas iniciativas de Durban (África do Sul) para o combate à criminalidade, e a gestão hídrica urbana em Katmandu (Nepal) é exportável para a América Latina.
Outros projetos influentes foram realizados em São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Velásquez lamenta que a reordenação das cidades não seja uma prioridade para os Governos. Mas admite que algo está mudando: “Há 10 anos nem sequer se discutia sobre o desenvolvimento sustentável, e agora algumas cidades já o contemplam. É um avanço, embora continue sendo um desafio para as grandes cidades”.
Fonte
http://brasil.elpais.com/
Leite artificial de vaca deve chegar ao mercado em breve
A fábrica de laticínios sintéticos Muufri anunciou que espera vender seu leite artificial no mercado americano até o meio do próximo ano.
Fundada por dois bioengenheiros da Califórnia, Perumal Gandhi e Ryan Pandya, a empresa aperfeiçoou um produto feito a partir de uma variedade especial de levedura, geneticamente manipulada para produzir proteínas do leite.
“Se queremos que o mundo mude sua dieta a partir de um produto que não é sustentável para um que seja, esse produto precisa ser idêntico ou melhor do que o original”, argumenta Gandhi. “O mundo não vai mudar sozinho de leite de vaca para um leite à base de plantas. Mas, se o nosso leite for idêntico ao de vaca e com o preço certo, isso pode acontecer”.
Amigo do meio ambiente
A ideia da Muufri é reduzir a necessidade de celeiros lácteos superlotados nos quais as vacas são alimentadas com um coquetel constante de hormônios de crescimento e antibióticos, bem como mutiladas, com caudas e chifres removidos.
Além disso, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, a produção de leite é responsável por 3% das emissões de gases do efeito estufa anualmente no mundo todo.
O leite artificial mudaria tudo isso.
O processo
A síntese do leite de vaca é um processo relativamente simples. Ele tem menos de 20 componentes, e é composto por cerca de 87% de água.
Sendo assim, Muufri conterá seis proteínas para ajudar a formar a sua estrutura, e oito diferentes ácidos graxos para dar-lhe o seu sabor. Ele será feito utilizando o mesmo processo que as empresas farmacêuticas usam para produzir insulina.
DNA será extraído a partir de vacas leiteiras e determinadas sequências serão inseridas em células de levedura. A cultura de levedura em placas de petri de tamanho industrial produzirá, assim, leite suficiente para colheita.
Embora as proteínas do leite Muufri venham de levedura, as gorduras vêm de vegetais e são alteradas no nível molecular para espelhar a estrutura e sabor das gorduras do leite de vaca.
Minerais, como cálcio e potássio, e açúcares são adicionados à mistura separadamente.
Vantagens
Todos os valores nutricionais desse produto podem ser mexidos, de forma que o leite artificial poderia ser ainda melhor (no quesito saudável) do que o leite normal.
Enquanto inicialmente o Muufri será mais caro do que o leite regular, Gandhi e Pandya esperam torná-lo mais barato quando a produção for escalada. Outra vantagem é que, como não contém bactérias que o leite normal possui, seu prazo de validade é muito maior.
Fonte
Oito países sul-americanos unem-se para proteger a Amazônia
Uma iniciativa incluindo oito países da América do Sul está tentando aumentar a proteção da Amazônia. O Brasil participa do projeto. O objetivo da iniciativa, que será coordenada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), é aumentar a resistência do ecossistema da região para enfrentar a mudança climática.
A iniciativa busca ainda manter o fornecimento de bens e serviços por toda a área que beneficiam a biodiversidade, as comunidades e as economias locais.
O projeto chamado "Visão Amazônica" vai ser financiado pela União Europeia (UE) e contará com a participação além do Brasil, da Bolívia, Colômbia, Equador e Guiana. Como também do Peru, do Suriname e da Venezuela.
A UE vai liberar 5,2 milhões de euros, o equivalente a mais de R$ 16 milhões, que serão administrados pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF), pela União Internacional para a Conservação da Natureza (Uicn), e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Num período de quatro anos, o projeto espera fortalecer a coordenação técnica entre os países da região amazônica, seus governos e organizações regionais.
A ideia é definir as prioridades de conservação, integrar as comunidades e autoridades locais e preparar uma estratégia de financiamento para o plano de ação.
FONTE
terça-feira, 28 de outubro de 2014
7 dicas para criar cidades para os pedestres
© archer10 (Dennis), via Flickr |
A Associação de Pesquisa e Planejamento Urbano de San Francisco (SPUR), é uma ONG que se dedica a elaborar estratégias que procuram melhorar a qualidade de vida urbana, especificamente nas cidades que conformam a região da Baía de San Francisco.
A maior cidade desta baía é San José, que durante as décadas de 50 e 60 viveu um processo de expansão que a consolidou como uma área metropolitana. Mais tarde, nos anos 90, a cidade recebeu o título de Capital do Vale do Silício, resultado de um desenvolvimento tecnológico astronômico.
As estimativas mais recentes apontam que San José terá o maior crescimento das cidades da baía. Isso levou a SPUR a elaborar a pesquisa Getting to Great Places, com foco no desenvolvimento de San José, levando em consideração que o governo local pretende orientar este crescimento urbano para a criação de bairros mistos que sejam prioritariamente adequados e agradáveis para os pedestres.
A seguir, apresentamos 7 dicas elaboradas a partir da pesquisa da SPUR.
1. Circulação de pedestres
© Michigan Municipal League (MML), via Flickr |
Caminhar em uma rua com cafés, restaurantes e lojas é muito mais agradável do que em uma rua onde existem grandes edifícios comerciais e estacionamentos para automóveis.
A Associação de Pesquisa e Planejamento Urbano de San Francisco explica que a percepção de distancias tem grande influência nesse quesito, logo, as cidades podem evitar o desconforto dos pedestres através de uma medida muito simples: não permitir que quadras inteiras se fechem para as ruas.
Além disso, as quadras devem possuir entradas e passeios para que os pedestres possam circular por entre os edifícios.
2. Voltar os edifícios para a rua
© Michigan Municipal League (MML), via Flickr |
Assim, a Associação aconselha que as lojas tenham suas entradas o mais próximo possível da rua. A respeito disso o planejador da SPUR, Benjamin Grant, afirma que assim cria-se “uma espécie de intimidade e sentido do lugar”.
Além disso, Grant explica que os seres humanos se sentem mais confortáveis em espaços que não são tão expostos, como as praças tradicionais, algo conhecido como “instinto residual”.
3. Definir os usos dos espaços públicos
Times Square, Nova Iorque © Brian Digital, via Flickr |
Existem certos espaços públicos que podem ser muito tumultuados e, por isso, se tornam incômodos para algumas pessoas. Entretanto, é necessário reconhecer que esses espaços conseguem atrair os cidadãos que os consideram boas opções para passar o tempo. Um exemplo disso é o que ocorre na Times Square, em Nova Iorque.
Sobre isso, Grant considera que é importante que esse tipo de lugar tenha um bom equilíbrio entre espaço disponível para a circulação e espaço destinado a acomodar os quiosques ou lojas, especificando que estes últimos não podem tornar-se prioridade no espaço público.
4. Construir estacionamentos “invisíveis” para automóveis
© Éole, via Flickr |
“Todos os condutores são pedestres quando saem dos seus automóveis”. É desse modo de Grant introduz a ideia de qual seria o lugar mais adequado para construir estacionamentos para automóveis sem afetar os pedestres nem a qualidade dos espaços públicos.
Em sua opinião, se um edifício possui estacionamentos na sua parte frontal, “os pedestres se sentem como cidadãos de segunda classe”. Por isso, recomenda-se que, quando da construção de estacionamentos, estes sejam subterrâneos ou localizados parte posterior do edifício, para que sejam “invisíveis” aos pedestres e demais condutores.
Além disso, eles devem ser multiuso (comerciais e residenciais), com acessos lógicos e seguros para os pedestres, isto é, todos os cidadãos.
5. Garantir a escala humana dos edifícios
Empire State Building © Bokeh & Travel, via Flickr |
O Empire State Building é um edifício que possui 381 metros de altura, mas não é visto como uma construção impenetrável, pois conta com acessos exclusivos para pedestres, o que faz toda a diferença. Segundo o livro “Getting to Great Places” da SPUR, estes detalhes o tornam um edifício capaz de criar um ambiente aconchegante para o pedestre no nível do solo.
6. Acessos claros e definidos para pedestres
Praça Trafalgar © LifeInMegapixels, via Flickr |
Para caminhar pelas praças e parques, os pedestres devem contar com acessos que permaneçam evidentes e que sejam bem definidos. Por isso, recomenda-se que os caminhos e passeios sejam sinalizados, motivando as pessoas a percorrerem o lugar. Além disso, estas sinalizações tornam mais fácil o percurso dos turistas, sobretudo nos locais visitados por muitas pessoas.
7. Construir “ruas completas”
© EURIST e.V., via Flickr |
Há algumas décadas, as ruas de certas cidades tinham como foco facilitar os deslocamentos dos automóveis, por isso, certos atributos tradicionais das ruas estavam sendo perdidos. Algumas dessas características correspondem à presença de espaços comerciais, sociais, para o transporte público e para as bicicletas.
Por isso, o guia procura recuperar estes atributos através da construção de “ruas completas”, isto é, seguindo um desenho urbano que foque em aproveitar todo o potencial de uma rua. Assim, os cidadãos podem contar com espaços públicos mais tranquilos, onde podem tomar um café, ler um livro ou andar de bicicleta.
Fonte
http://www.archdaily.com.br/
Geólogos estudam meio de usar Aquífero Guarani para aliviar crise do Cantareira
Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Fábio Massalli
Geólogos da Universidade de São Paulo (USP) elaboram um estudo para saber se é possível retirar água do Aquífero Guarani para abastercer a região de Piracicaba, aliviando o Sistema Cantareira. A proposta é analisar a viabilidade da construção de 24 poços artesianos no município de Itirapina, região oeste do estado, onde o aquífero pode ser acessado de forma rasa. A análise será apresentada, em aproximadamente um mês, ao comitê criado pelo governo estadual para administrar a crise hídrica no Cantareira. Hoje (27), o sistema chegou a 13% da capacidade de armazenamento, após o início da utilização da segunda cota do volume morto.
O professor Reginaldo Bertolo, do Instituto de Geologia, explica que o estudo inclui a simulação, por meio de um modelo matemático, da extração de 150 mil litros de água por hora. “Queremos avaliar se o aquífero suporta essas vazões em longo prazo”, apontou. A análise baseia-se em um artigo publicado em 2004 por um grupo da Universidade Estadual Paulista (Unesp). De acordo com o trabalho, a região de Piracicaba fica distante cerca de 60 quilômetros (km) em linha reta, o que diminui os custos de um transporte da água direta para a capital. Outra vantagem é que o desnível geográfico entre as regiões de captação e consumo favorece o deslocamento.
Mesmo em fase de pré-viabilidade técnica, Bertolo acredita que essa pode ser uma alternativa interessante para o abastecimento de parte da região que deveria receber água do Cantareira. Ele destaca, no entanto, que é preciso fazer o uso sustentável dessa água para evitar novas crises. “A gente precisa ter a recarga no aquífero para que ele continue dando água. Se a gente tiver em longo prazo a certeza de que a chuva vai continuar caindo e o aquífero recarregado, uma vazão de 1 metro cúbico por segundo é uma vazão segura”, apontou. O Aquífero Guarani é a maior reserva estratégica de água doce da América Latina.
Atualmente, o aquífero abastece a maior parte das cidades do oeste paulista. “Observe que a crise de abastecimento de água está mais crítica nos municípios do centro-leste do estado”, avaliou. Isso ocorre, segundo Bertolo, porque eles têm maior segurança hídrica com a água oriunda dos aquíferos Bauru e Guarani. Entre os municípios abastecidos dessa forma, o professor destaca Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente, Marília, Bauru, entre outros. Ele explica que a profundidade das águas subterrâneas exige tecnologia complexa de engenharia, similar à utilizada para encontrar petróleo, para cavar os poços profundos.
Fonte
http://agenciabrasil.ebc.com.br/
Geólogos da Universidade de São Paulo (USP) elaboram um estudo para saber se é possível retirar água do Aquífero Guarani para abastercer a região de Piracicaba, aliviando o Sistema Cantareira. A proposta é analisar a viabilidade da construção de 24 poços artesianos no município de Itirapina, região oeste do estado, onde o aquífero pode ser acessado de forma rasa. A análise será apresentada, em aproximadamente um mês, ao comitê criado pelo governo estadual para administrar a crise hídrica no Cantareira. Hoje (27), o sistema chegou a 13% da capacidade de armazenamento, após o início da utilização da segunda cota do volume morto.
O professor Reginaldo Bertolo, do Instituto de Geologia, explica que o estudo inclui a simulação, por meio de um modelo matemático, da extração de 150 mil litros de água por hora. “Queremos avaliar se o aquífero suporta essas vazões em longo prazo”, apontou. A análise baseia-se em um artigo publicado em 2004 por um grupo da Universidade Estadual Paulista (Unesp). De acordo com o trabalho, a região de Piracicaba fica distante cerca de 60 quilômetros (km) em linha reta, o que diminui os custos de um transporte da água direta para a capital. Outra vantagem é que o desnível geográfico entre as regiões de captação e consumo favorece o deslocamento.
Mesmo em fase de pré-viabilidade técnica, Bertolo acredita que essa pode ser uma alternativa interessante para o abastecimento de parte da região que deveria receber água do Cantareira. Ele destaca, no entanto, que é preciso fazer o uso sustentável dessa água para evitar novas crises. “A gente precisa ter a recarga no aquífero para que ele continue dando água. Se a gente tiver em longo prazo a certeza de que a chuva vai continuar caindo e o aquífero recarregado, uma vazão de 1 metro cúbico por segundo é uma vazão segura”, apontou. O Aquífero Guarani é a maior reserva estratégica de água doce da América Latina.
Atualmente, o aquífero abastece a maior parte das cidades do oeste paulista. “Observe que a crise de abastecimento de água está mais crítica nos municípios do centro-leste do estado”, avaliou. Isso ocorre, segundo Bertolo, porque eles têm maior segurança hídrica com a água oriunda dos aquíferos Bauru e Guarani. Entre os municípios abastecidos dessa forma, o professor destaca Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente, Marília, Bauru, entre outros. Ele explica que a profundidade das águas subterrâneas exige tecnologia complexa de engenharia, similar à utilizada para encontrar petróleo, para cavar os poços profundos.
Fonte
http://agenciabrasil.ebc.com.br/
Por plantas mais saudáveis
Eles têm pigmentação escura e hifas segmentadas e por isso são chamados de dark septade ou septados escuros. Trata-se de um tipo de fungo, mas não exatamente um tipo qualquer. São fungos benéficos ao desenvolvimento de plantas. Exatamente por essas características, eles vêm sendo alvo dos estudos da equipe coordenada pelo pesquisador Jerri Édson Zilli, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "Presentes no ambiente, esse grupo de fungos coloniza tecidos e muitas vezes vive no interior das plantas, estimulando seu crescimento."
Como explica Zilli, que é Jovem Cientista do Nosso Estado, da Faperj, os dark septate apresentam ampla distribuição geográfica e, com frequência, ocorrem em ambientes estressantes, seja em solos pobres ou com pouca disponibilidade de água. Mas é aí também que suas características se tornam mais importantes. "Embora ocorram com frequência em florestas de clima temperado, onde se mostram colonizadores de espécies arbóreas, também são capazes de se associar a gramíneas, como arroz, milho, cana de açúcar entre outros, que são espécies importantes para a alimentação dos brasileiros", afirma. Jerri.
Já conhecidos na literatura científica -- embora sejam menos estudados nos trópicos --, os dark septade não são considerados classicamente como fungos micorrízicos, ou seja, aqueles que vivem em perfeita simbiose com várias espécies de plantas, numa união em que ambos saem ganhando. Nas plantas colonizadas por fungos micorrízicos, eles passam a contar com uma fonte constante de açúcares para sua sobrevivência, enquanto, de outro lado, as plantas melhoram sua absorção de água, sua nutrição mineral e possivelmente sua resistência a agentes patogênicos.
Para o pesquisador, os dark septade podem ter mecanismos sutilmente diferentes dos micorrízicos. "Possivelmente, o fungo facilita a absorção de nitrogênio e fósforo pela planta. Mas queremos comprovar se eles realmente absorvem e transferem nutrientes -- como fazem os fungos micorrízicos -- ou se estimulam fisiologicamente a planta a absorver uma maior quantidade de nutrientes." Embora seja uma diferença sutil, é também possível que o fungo leve a planta a extrair, de forma mais eficiente, nutrientes mesmo em ambientes pobres. "Na prática, isso significa uma planta mais vigorosa", explica..
Para comprovar sua hipótese, Zilli vem estudando isolados de dark septate, obtidos a partir do arroz silvestre Oryza glumaepatula, da Amazônia. Em seu laboratório, ele procurou analisar a capacidade de dez isolados fúngicos colonizarem as raízes e promoverem o crescimento de plantas de tomate e de arroz. O pesquisador avaliou ainda sua capacidade de facilitarem a absorção de nitrogênio e fósforo às plantas.
"Observando alguns isolados de dark septade, pudemos perceber que, com a presença do fungo, plantas de arroz tinham um crescimento 30% maior, seja em sua parte aérea, seja nas raízes", constatou. Outra tendência observada foi a do perfilhamento. Ao serem inoculadas com o fungo, as plantas aumentaram os perfilhos em cerca de 50%, o que nos indica uma maior capacidade de produção de grãos."
Zilli e equipe continuam analisando os mecanismos de funcionamento dos fungos para melhor avaliar seu uso. "Estamos fechando este ciclo para chegar aos melhores isolados fúngicos. Até o final do ano, faremos testes em vasos para ver não apenas o crescimento da planta como também sua produção de grãos. Uma vez confirmados os resultados obtidos em laboratório, podemos passar a uma próxima etapa, levando os testes a campo."
Os experimentos estão sendo realizados tanto em condições normais quanto em situações de estresse hídrico. "Alguns isolados conseguem aliviar esse estresse. Observamos que, quando inoculada com fungos, o desenvolvimento da planta se torna semelhante ao de outra cultivada em condições normais, mas é preciso frisar que se trata de uma situação de laboratório. Em campo, podemos chegar a resultados diferentes", ressalva. Mesmo assim, Zilli está animado em levar adiante o projeto e obter essas respostas. "Na literatura, fala-se que a presença do fungo aumenta a resistência da planta a patógenos. Isso ainda precisa ser testado."
Zilli também vem estudando bactérias diazotróficas -- fixadoras de nitrogênio atmosférico -- ou estimuladoras de crescimento, por meio da fixação de nitrogênio. "Elas absorvem nitrogênio do ar e o quebram em moléculas que permitem sua utilização pelas plantas. Vale destacar que o Brasil é líder mundial no uso de bactérias fixadoras de nitrogênio na agricultura, e a economia resultante dessa utilização é superior a R$ 8 bilhões de dólares anualmente."
Como frisa o pesquisador, em Seropédica, a Embrapa Agrobiologia vem tendo, ao longo das últimas décadas, um papel preponderante em pesquisas na área de promoção de crescimento vegetal. "Mantemos uma coleção de culturas com mais de 3.000 micro-organismos conservados", entusiasma-se. No que depender de Zilli, fungos e bactérias continuarão cada vez mais firmemente a serviço de uma agricultura mais produtiva e mais saudável.
FONTE
Faperj
Vilma Homero - Jornalista
Como explica Zilli, que é Jovem Cientista do Nosso Estado, da Faperj, os dark septate apresentam ampla distribuição geográfica e, com frequência, ocorrem em ambientes estressantes, seja em solos pobres ou com pouca disponibilidade de água. Mas é aí também que suas características se tornam mais importantes. "Embora ocorram com frequência em florestas de clima temperado, onde se mostram colonizadores de espécies arbóreas, também são capazes de se associar a gramíneas, como arroz, milho, cana de açúcar entre outros, que são espécies importantes para a alimentação dos brasileiros", afirma. Jerri.
Já conhecidos na literatura científica -- embora sejam menos estudados nos trópicos --, os dark septade não são considerados classicamente como fungos micorrízicos, ou seja, aqueles que vivem em perfeita simbiose com várias espécies de plantas, numa união em que ambos saem ganhando. Nas plantas colonizadas por fungos micorrízicos, eles passam a contar com uma fonte constante de açúcares para sua sobrevivência, enquanto, de outro lado, as plantas melhoram sua absorção de água, sua nutrição mineral e possivelmente sua resistência a agentes patogênicos.
Para o pesquisador, os dark septade podem ter mecanismos sutilmente diferentes dos micorrízicos. "Possivelmente, o fungo facilita a absorção de nitrogênio e fósforo pela planta. Mas queremos comprovar se eles realmente absorvem e transferem nutrientes -- como fazem os fungos micorrízicos -- ou se estimulam fisiologicamente a planta a absorver uma maior quantidade de nutrientes." Embora seja uma diferença sutil, é também possível que o fungo leve a planta a extrair, de forma mais eficiente, nutrientes mesmo em ambientes pobres. "Na prática, isso significa uma planta mais vigorosa", explica..
Para comprovar sua hipótese, Zilli vem estudando isolados de dark septate, obtidos a partir do arroz silvestre Oryza glumaepatula, da Amazônia. Em seu laboratório, ele procurou analisar a capacidade de dez isolados fúngicos colonizarem as raízes e promoverem o crescimento de plantas de tomate e de arroz. O pesquisador avaliou ainda sua capacidade de facilitarem a absorção de nitrogênio e fósforo às plantas.
"Observando alguns isolados de dark septade, pudemos perceber que, com a presença do fungo, plantas de arroz tinham um crescimento 30% maior, seja em sua parte aérea, seja nas raízes", constatou. Outra tendência observada foi a do perfilhamento. Ao serem inoculadas com o fungo, as plantas aumentaram os perfilhos em cerca de 50%, o que nos indica uma maior capacidade de produção de grãos."
Zilli e equipe continuam analisando os mecanismos de funcionamento dos fungos para melhor avaliar seu uso. "Estamos fechando este ciclo para chegar aos melhores isolados fúngicos. Até o final do ano, faremos testes em vasos para ver não apenas o crescimento da planta como também sua produção de grãos. Uma vez confirmados os resultados obtidos em laboratório, podemos passar a uma próxima etapa, levando os testes a campo."
Os experimentos estão sendo realizados tanto em condições normais quanto em situações de estresse hídrico. "Alguns isolados conseguem aliviar esse estresse. Observamos que, quando inoculada com fungos, o desenvolvimento da planta se torna semelhante ao de outra cultivada em condições normais, mas é preciso frisar que se trata de uma situação de laboratório. Em campo, podemos chegar a resultados diferentes", ressalva. Mesmo assim, Zilli está animado em levar adiante o projeto e obter essas respostas. "Na literatura, fala-se que a presença do fungo aumenta a resistência da planta a patógenos. Isso ainda precisa ser testado."
Zilli também vem estudando bactérias diazotróficas -- fixadoras de nitrogênio atmosférico -- ou estimuladoras de crescimento, por meio da fixação de nitrogênio. "Elas absorvem nitrogênio do ar e o quebram em moléculas que permitem sua utilização pelas plantas. Vale destacar que o Brasil é líder mundial no uso de bactérias fixadoras de nitrogênio na agricultura, e a economia resultante dessa utilização é superior a R$ 8 bilhões de dólares anualmente."
Como frisa o pesquisador, em Seropédica, a Embrapa Agrobiologia vem tendo, ao longo das últimas décadas, um papel preponderante em pesquisas na área de promoção de crescimento vegetal. "Mantemos uma coleção de culturas com mais de 3.000 micro-organismos conservados", entusiasma-se. No que depender de Zilli, fungos e bactérias continuarão cada vez mais firmemente a serviço de uma agricultura mais produtiva e mais saudável.
FONTE
Faperj
Vilma Homero - Jornalista
Brasil é o 9º país mais atraente para energias renováveis, aponta ranking
Às vésperas de realizar seu primeiro leilão exclusivo para a fonte solar, marcado para o dia 31 de outubro de 2014, o Brasil recebeu a notícia de que tornou-se o 9º país mais atraente para receber investimentos em fontes renováveis, segundo estudo recente da Ernst Young (EY).
O Renewable Energy Country Attractiveness Index (Recai), que é atualizado trimestralmente, avalia as barreiras e oportunidades para os investidores externos acessarem o mercado de fontes limpas em 40 países.
De acordo com os analistas da EY, os recentes anúncios de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai oferecer financiamento mais barato para projetos de energia solar que busquem equipamentos produzidos localmente também reforça a ambição do país para criar uma forte cadeia produtiva interna para essa fonte.
Participam do leilão de reserva, previsto para o dia 31 de outubro, cerca de 400 projetos que somam 10,8 gigawatts (GW) de capacidade. A expectativa do governo é contratar 3,5GW entre 2014 e 2018, ante meros 11 megawatts (MW) de capacidade instalada atualmente.
O ranking da EY aponta a China como o país mais atraente para receber investimentos em fontes limpas de energia, seguido dos Estados Unidos e da Alemanha.
Segundo o levantamento, entre os 40 países avaliados, o Brasil (9º na colocação geral), ficou em 2º em fontes hidrelétricas, 6º em eólica em terra, 26º em eólica em mar, 14º em solar fotovoltaica, 9º em solar concentrada, 4º em biomassa, 32º em geotérmica e 24º em marinha.
Conheça o ranking na íntegra em inglês (em PDF) --
FONTE
EcoD
O Renewable Energy Country Attractiveness Index (Recai), que é atualizado trimestralmente, avalia as barreiras e oportunidades para os investidores externos acessarem o mercado de fontes limpas em 40 países.
De acordo com os analistas da EY, os recentes anúncios de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai oferecer financiamento mais barato para projetos de energia solar que busquem equipamentos produzidos localmente também reforça a ambição do país para criar uma forte cadeia produtiva interna para essa fonte.
Participam do leilão de reserva, previsto para o dia 31 de outubro, cerca de 400 projetos que somam 10,8 gigawatts (GW) de capacidade. A expectativa do governo é contratar 3,5GW entre 2014 e 2018, ante meros 11 megawatts (MW) de capacidade instalada atualmente.
O ranking da EY aponta a China como o país mais atraente para receber investimentos em fontes limpas de energia, seguido dos Estados Unidos e da Alemanha.
Segundo o levantamento, entre os 40 países avaliados, o Brasil (9º na colocação geral), ficou em 2º em fontes hidrelétricas, 6º em eólica em terra, 26º em eólica em mar, 14º em solar fotovoltaica, 9º em solar concentrada, 4º em biomassa, 32º em geotérmica e 24º em marinha.
Conheça o ranking na íntegra em inglês (em PDF) --
FONTE
EcoD
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Planejamento das cidades deve priorizar os pedestres, apontam especialistas
Mudanças impactam na qualidade de vida. Tema foi debatido no II Seminário Internacional de Mobilidade e Transportes.
A forma mais natural de deslocamento é caminhar. Para se ter uma ideia, somente na Região Metropolitana de São Paulo, as viagens realizadas a pé somam 12,7 milhões de km por dia. Se somados os trajetos percorridos entre os trechos motorizados, o índice chega a 26,6 milhões de km, segundo dados compilados pela ANTP (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros).
A estimativa é que 34% das viagens sejam feitas a pé. Contudo, na maior parte das vezes, o planejamento urbano ignora esse fato e prioriza, na construção dos espaços, o transporte motorizado.
Na avaliação de especialistas, esse processo deve ser alterado, a fim de elevar a qualidade de vida da população, a interação entre as pessoas e promover ambientes mais civilizados. O tema foi discutido durante o II Seminário Internacional Mobilidade e Transportes, que ocorre em Brasília (DF).
"A interação entre as pessoas é realmente importante para uma sociedade melhor, porque é como indivíduos de diversas culturas podem agir por um propósito comum. E onde as pessoas interagem? Nas cidades. É por isso que elas devem ser mais atrativas", disse Nick Tyler, da University College London.
Para o especialista, uma das formas de garantir espaços urbanos mais acolhedores para as pessoas e estimular os percursos a pé é distribuir as atividades às quais a população necessita ter acesso por todo o território urbano: emprego, educação, saúde, ambientes intelectuais, entre outros. Isso promove ambientes mais saudáveis, seguros e estimulantes.
Ele lembrou, também, a importância de se pensar a cidade como espaço público. "A quem pertence esse espaço?", questionou o pesquisador ao defender que as ruas e calçadas devem ser planejadas com acessibilidade e garantir a segurança. Destacou, ainda, que o desenho urbano precisa ser flexível para que possa ser adaptado às mudanças sociais. "As pessoas mudam todos os dias e precisamos compreender o que as futuras gerações precisarão", disse Tyler.
Embora a popularização dos carros tenha ocorrido principalmente na segunda metade do século XX, a pouca atenção dada aos pedestres no planejamento das cidades é um fenômeno bem mais antigo.
Estudo elaborado pela pesquisadora Monica Gondim, da UnB (Universidade de Brasília), identificou o planejamento de cidades antigas já mais adequadas para o fluxo de outras formas de transporte que não a pé. "Os significados e valores atribuídos aos deslocamentos de pedestres e veículos são ancestrais e não um fenômeno da sociedade industrial. Assim, o planejamento para automóveis é bem mais antigo que o planejamento para pedestres", disse Monica.
Uma pesquisa elaborada pela arquiteta e urbanista, Ana Paula Borba Gonçalves, aponta que a forma das cidades interfere na opção pelo transporte a pé. Ela ouviu 1,5 mil pessoas, a maioria no Brasil e em Portugal para identificar de que maneira a forma das cidades interfere nessa decisão.
"As pessoas olham o espaço urbano de uma forma negativa", disse. Ela ainda ressaltou que há uma série de estratégias que podem ser utilizadas para estimular o uso das ruas para viagens a pé. "É possível estimular portas nos andares térreos, trabalhar com a dinâmica das fachadas para evitar a monotonia e estimular o olhar das pessoas, permitir a convivência entre diversos fluxos nas mesmas áreas - de pedestres, bicicletas e carros -, proporcionar maior diversidade de atividades, limitar a altura de edifícios, limitar espaços muito abertos, que são menos convidativos e garantir a acessibilidade", enumerou.
O II Seminário Internacional Mobilidade e Transportes teve início nessa segunda-feira (20) e segue até esta quinta (23). Com o tema "Mobilidade para Cidades Sustentáveis", o evento ocorre na Câmara dos Deputados.
Natália Pianegonda
Agência CNT de Notícias
Foto: Sérgio Alberto/Agência CNT |
A forma mais natural de deslocamento é caminhar. Para se ter uma ideia, somente na Região Metropolitana de São Paulo, as viagens realizadas a pé somam 12,7 milhões de km por dia. Se somados os trajetos percorridos entre os trechos motorizados, o índice chega a 26,6 milhões de km, segundo dados compilados pela ANTP (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros).
A estimativa é que 34% das viagens sejam feitas a pé. Contudo, na maior parte das vezes, o planejamento urbano ignora esse fato e prioriza, na construção dos espaços, o transporte motorizado.
Na avaliação de especialistas, esse processo deve ser alterado, a fim de elevar a qualidade de vida da população, a interação entre as pessoas e promover ambientes mais civilizados. O tema foi discutido durante o II Seminário Internacional Mobilidade e Transportes, que ocorre em Brasília (DF).
"A interação entre as pessoas é realmente importante para uma sociedade melhor, porque é como indivíduos de diversas culturas podem agir por um propósito comum. E onde as pessoas interagem? Nas cidades. É por isso que elas devem ser mais atrativas", disse Nick Tyler, da University College London.
Para o especialista, uma das formas de garantir espaços urbanos mais acolhedores para as pessoas e estimular os percursos a pé é distribuir as atividades às quais a população necessita ter acesso por todo o território urbano: emprego, educação, saúde, ambientes intelectuais, entre outros. Isso promove ambientes mais saudáveis, seguros e estimulantes.
Ele lembrou, também, a importância de se pensar a cidade como espaço público. "A quem pertence esse espaço?", questionou o pesquisador ao defender que as ruas e calçadas devem ser planejadas com acessibilidade e garantir a segurança. Destacou, ainda, que o desenho urbano precisa ser flexível para que possa ser adaptado às mudanças sociais. "As pessoas mudam todos os dias e precisamos compreender o que as futuras gerações precisarão", disse Tyler.
Embora a popularização dos carros tenha ocorrido principalmente na segunda metade do século XX, a pouca atenção dada aos pedestres no planejamento das cidades é um fenômeno bem mais antigo.
Estudo elaborado pela pesquisadora Monica Gondim, da UnB (Universidade de Brasília), identificou o planejamento de cidades antigas já mais adequadas para o fluxo de outras formas de transporte que não a pé. "Os significados e valores atribuídos aos deslocamentos de pedestres e veículos são ancestrais e não um fenômeno da sociedade industrial. Assim, o planejamento para automóveis é bem mais antigo que o planejamento para pedestres", disse Monica.
Uma pesquisa elaborada pela arquiteta e urbanista, Ana Paula Borba Gonçalves, aponta que a forma das cidades interfere na opção pelo transporte a pé. Ela ouviu 1,5 mil pessoas, a maioria no Brasil e em Portugal para identificar de que maneira a forma das cidades interfere nessa decisão.
"As pessoas olham o espaço urbano de uma forma negativa", disse. Ela ainda ressaltou que há uma série de estratégias que podem ser utilizadas para estimular o uso das ruas para viagens a pé. "É possível estimular portas nos andares térreos, trabalhar com a dinâmica das fachadas para evitar a monotonia e estimular o olhar das pessoas, permitir a convivência entre diversos fluxos nas mesmas áreas - de pedestres, bicicletas e carros -, proporcionar maior diversidade de atividades, limitar a altura de edifícios, limitar espaços muito abertos, que são menos convidativos e garantir a acessibilidade", enumerou.
O II Seminário Internacional Mobilidade e Transportes teve início nessa segunda-feira (20) e segue até esta quinta (23). Com o tema "Mobilidade para Cidades Sustentáveis", o evento ocorre na Câmara dos Deputados.
Natália Pianegonda
Agência CNT de Notícias
A corrida para desenvolver pesticidas orgânicos
Por JACOB BUNGE
sexta-feira, 24 de outubro de 2014 00:03 EDT
No caminho para uma conferência em Orlando, na Flórida, Brian Vande Berg parava seu carro a cada dez minutos para caminhar pelas praias e pântanos e de vez em quando coletava um pouco de lama em sacos plásticos. Seu alvo: organismos microscópicos que habitam o solo e que as empresas agrícolas consideram a nova fronteira para proteger as lavouras.
Fabricantes de sementes e pesticidas como Basf SE, DuPont Co. , Bayer AG e Monsanto Co. estão investindo pesadamente para desenvolver novos produtos que incorporam organismos como bactérias e fungos, que executivos dizem ajudar o milho, a soja e outras culturas a se defender de pragas e se desenvolver mais rapidamente.
Vande Berg, diretor de pesquisa e desenvolvimento da divisão CropScience da Bayer, participa de uma corrida que tem levado pesquisadores a cantos distantes dos Estados Unidos, vasculhando leitos secos de rios e pilhas de material orgânico em busca de pequenos microrganismos. As empresas pretendem revestir o exterior das sementes com esses micróbios benéficos e, em outros casos, pulverizá-los sobre as plantas em desenvolvimento.
A aposta nos microrganismos reflete um esforço de diversificação das empresas agrícolas para além dos pesticidas sintéticos químicos em um cenário de crescente regulação e maior preocupação dos consumidores. Pesticidas e outros produtos que incorporam micróbios normalmente podem ser lançados mais rápido que inseticidas e herbicidas químicos criados pelo homem, que têm atraído maior vigilância dos reguladores nos últimos anos devido a preocupações ambientais levantadas por consumidores, grupos de defesa e agricultores de produtos orgânicos.
“Há muitas coisas que [os produtos baseados em micróbios] podem fazer que hoje são feitas por químicos sintéticos”, diz Paul Schinckler, presidente da Pioneer, unidade de sementes da DuPont.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014 00:03 EDT
Fixação biológica de nitrogênio na raiz de uma planta de ervilha. Photo Researchers/Getty Images |
No caminho para uma conferência em Orlando, na Flórida, Brian Vande Berg parava seu carro a cada dez minutos para caminhar pelas praias e pântanos e de vez em quando coletava um pouco de lama em sacos plásticos. Seu alvo: organismos microscópicos que habitam o solo e que as empresas agrícolas consideram a nova fronteira para proteger as lavouras.
Fabricantes de sementes e pesticidas como Basf SE, DuPont Co. , Bayer AG e Monsanto Co. estão investindo pesadamente para desenvolver novos produtos que incorporam organismos como bactérias e fungos, que executivos dizem ajudar o milho, a soja e outras culturas a se defender de pragas e se desenvolver mais rapidamente.
Vande Berg, diretor de pesquisa e desenvolvimento da divisão CropScience da Bayer, participa de uma corrida que tem levado pesquisadores a cantos distantes dos Estados Unidos, vasculhando leitos secos de rios e pilhas de material orgânico em busca de pequenos microrganismos. As empresas pretendem revestir o exterior das sementes com esses micróbios benéficos e, em outros casos, pulverizá-los sobre as plantas em desenvolvimento.
A aposta nos microrganismos reflete um esforço de diversificação das empresas agrícolas para além dos pesticidas sintéticos químicos em um cenário de crescente regulação e maior preocupação dos consumidores. Pesticidas e outros produtos que incorporam micróbios normalmente podem ser lançados mais rápido que inseticidas e herbicidas químicos criados pelo homem, que têm atraído maior vigilância dos reguladores nos últimos anos devido a preocupações ambientais levantadas por consumidores, grupos de defesa e agricultores de produtos orgânicos.
“Há muitas coisas que [os produtos baseados em micróbios] podem fazer que hoje são feitas por químicos sintéticos”, diz Paul Schinckler, presidente da Pioneer, unidade de sementes da DuPont.
Microrganismos têm tido uso limitado na agricultura por décadas, principalmente no revestimento de soja e outros legumes para melhor absorção de nutrientes e combate aos fungos. Agora, as empresas afirmam que avanços na tecnologia de análise genética e práticas de cultivo permitem que elas encontrem e desenvolvam novos microrganismos capazes de desempenhar funções mais amplas, como proteger culturas contra mais doenças e pragas ou reduzir danos causados pela seca.
“O diagnóstico do DNA hoje dá um nível de entendimento que não tínhamos há cinco ou dez anos”, diz Robert Fraley, diretor de tecnologia da Monsanto.
Por cerca de 20 anos, a Monsanto e suas rivais venderam sementes geneticamente modificadas para culturas como milho e algodão. Nelas são inseridos traços de outros organismos que permitem que as sementes produzam proteínas que matam insetos e resistam à aplicação de químicos que as empresas também comercializam.
A incorporação de organismos microscópicos como bactérias e fungos é uma abordagem diferente. Ela encoraja bactérias e fungos úteis a viver na superfície das plantas, ajudando-as a absorver nutrientes e fornecendo defesas contra insetos e doenças.
Os produtos feitos a partir de micróbios enfrentam o ceticismo de alguns ambientalistas. Mas como eles não dependem da engenharia genética ou de químicos produzidos em laboratório, os produtos podem ser usados na produção orgânica e em alimentos naturais. As leis do Departamento de Agricultura dos EUA impedem que os produtos orgânicos contenham organismos geneticamente modificados, ou transgênicos, mas permitem o uso de bactérias existentes na natureza em safras orgânicas.
O apetite dos consumidores por opções mais saudáveis e ambientalmente conscientes torna os produtos orgânicos uma estrela no setor de alimentos, criando negócios como a planejada aquisição pela General Mills Inc. da fornecedora de alimentos naturais e orgânicos Annie’s Inc. Um pequeno mas crescente número de produtores de alimentos também começa a eliminar os transgênicos de alguns produtos.
Pesticidas biológicos hoje registram vendas anuais de cerca de US$ 2 bilhões, ou 4% dos US$ 54 bilhões em produtos químicos vendidos globalmente, segundo estimativas do setor. Mas a crescente aversão pública aos produtos químicos, como o glifosato, vendido sob a marca Roundup pela Monsanto, pode impulsionar as vendas dos pesticidas biológicos para US$ 5 bilhões até o fim da década, prevê Michael Cox, analista da Piper Jaffray.
Os fabricantes de pesticidas têm entrado nesse mercado por meio de uma série de aquisições.
A alemã Basf, maior empresa química do mundo em vendas, pagou em 2012 US$ 1 bilhão pela Becker Underwood, uma empresa americana especializada em pesticidas biológicos. A Bayer pagou US$ 500 milhões no mesmo ano por uma empresa similar chamada AgraQuest Inc.
A DuPont está construindo sua plataforma de micróbios com tecnologia adquirida no negócio de US$ 6,5 bilhões pela produtora de ingredientes Danisco A/S em 2011. A DuPont informou em agosto que está construindo duas novas unidades de pesquisa nos EUA para ajudar a desenvolver esses produtos. A Monsanto, maior produtora de sementes em vendas, também anunciou que planeja quase triplicar sua pesquisa com micróbios em 2015.
Analistas dizem que não está claro se as empresas farão avanços científicos com micróbios como ocorreu com sementes transgênicas e pesticidas químicos. E alguns grupos ambientalistas alertam que o uso em massa de microrganismos na agricultura pode gerar seus próprios problemas, como estimular que as pragas se tornem resistentes mais rapidamente aos ataques de bactérias, criando ervas daninhas e insetos ainda mais resistentes.
Margaret Reeves, cientista sênior da Rede de Ação de Pesticidas, diz que o problema pode acabar intensificando ainda mais o uso de pesticidas. “A abordagem ainda não tem sustentabilidade no longo prazo.”
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