Para o Pontífice, a questão ecológica é vital para a sobrevivência dos seres humanos e tem uma dimensão moral que atinge a todos |
Cidade do Vaticano - O papa Francisco decidiu reduzir em uma semana sua agenda de trabalho para se dedicar à revisão da última versão da encíclica sobre ecologia, que será publicada em junho ou julho, informou o Vaticano nesta segunda-feira.
"O papa se dedicará às correções, revisará traduções e avaliará revisões a serem propostas por quem fizer a releitura", anunciou a assessoria de imprensa da Santa Sé.
O papa manterá o discurso da última quarta-feira e celebrará, como de costume, a missa matinal na Casa Santa Marta, onde reside no Vaticano.
Em janeiro, o pontífice já tinha anunciado a jornalistas que o acompanhavam no voo de volta do Sri Lanka e Filipinas que dedicaria os próximos dias a esse importante documento.
"Se tudo der certo, a encíclica poderá ser publicada em junho ou julho. O importante é que haja tempo entre a publicação e a cúpula de Paris, em dezembro, para que possam ocorrer contribuições", explicou o papa, aos 78 anos.
Os ritos da Semana Santa demandam muitos esforços e tempo ao pontífice, já que ele deve oficiar pelo menos sete celebrações, em nome do que ficará isolado nesta semana para trabalhar em cima do texto.
A encíclica deve servir de ponto de partida para as negociações na Conferência das Partes (COP-21), em Paris, organizada pela ONU, que tratará das mudanças climáticas, e será celebrada entre 30 de novembro e 11 de dezembro.
"É preciso cuidar da Terra para evitar sua autodestruição", disse o papa à comunidade internacional, em novembro de 2014, durante a II Conferência sobre Nutrição da FAO, realizada em Roma.
Por ocasião das reuniões preparatórias no Peru, o papa lamentou "a falta de coragem" para que fossem encontradas soluções conjuntas a fim de salvar o planeta.
O papa Francisco enviou uma cópia da encíclica à Congregação para a Doutrina da Fé, assim como à Secretaría de Estado e aos teólogos da Casa Pontifícia, "para que verifiquem se não digo besteiras", assegurou, com seu habitual tom autoirônico.
Segundo o cardeal Peter Turkson, que contribuiu para a elaboração da encíclica, o papa aborda a "ecologia sistêmica", que leva em conta o desensevolvimento humano.
Em um tuíte sobre o tema, o papa garantiu que "a questão ecológica é vital para a sobrevivência dos seres humanos e tem uma dimensão moral que atinge a todos", resumindo os pontos essenciais no documento.
Esta é a primeira encíclica a ser escrita somente por ele, já que a primeira ("Lumen Fidei", ou "Luz da Fé"), tinha sido preparada por Bento XVI, antes de renunciar em 2013.
Fonte: http://exame.abril.com.br/
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